segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Chega de Magreza - Vamos Celebrar Nossas Curvas!

Ao que me parece, há uma revolução começando, aos poucos, a acontecer no universo da moda. Uma mudança de comportamento e influências, a qual eu acredito que deixará as mulheres (e os homens também, por que não?) um  pouco mais felizes.

A cultuada Revista Vogue iniciou em junho uma campanha denominada "Health Initiative", cujo objetivo é acabar com o padrão de modelos excessivamente magras que preenche as páginas de revistas e as televisões de todo o mundo. Segundo a revista, não serão aceitas modelos de size zero (as chamadas "modelos cabide"), ou qualquer modelo que pareça ter distúrbio alimentares e aparência não-saudável. Além disso, modelos menores de 16 anos também serão vetadas (nunca parei para pensar nisso, mas depois desta declaração, percebi que muitas mulheres mais velhas podem se sentir infelizes com a perda da juventude, mesmo que tenham preservado sua aparência física com o passar dos anos, e que modelos menores de idade são sempre exploradas pelos agenciadores, devido à falta de experiência delas). Será que vai dar certo?

A influência que a revista tem no mundo da moda é indiscutível: há muitas revistas sobre o assunto, e muitas delas são maravilhosas, tão profissionais e elegantes quanto, mas a Vogue é pioneira; eis o diferencial. Por isso, eu acredito que esta "tendência" vai pegar. E torço para que dê certo. "Celebre suas curvas!" foi a frase utilizada para anunciar a iniciativa.

Confesso que fiquei muito feliz com isto! Pense em como as pessoas se sentirão melhores ao sentir que "não precisam" mais fazer sacrifícios em nome de um corpo tão magro que quase não vai consegui-las deixar em pé! É uma atitude que eu nunca esperava ver em uma revista de moda. Depois de tantas mortes e doenças influenciadas pelo padrão de beleza estabelecida nos anos 90 finalmente o tormento chegará ao fim. A mudança será gradual, mas eu espero que seja definitiva. Acredito que, depois das novas campanhas de grifes e editoriais da revista de moda mais famosa do mundo estiverem sendo representadas por mulheres bonitas (isso não vai mudar...), mas "normais" na questão corporal, as pessoas começarão a se sentir melhores e menos pressionadas.

Está certo que ninguém é obrigado a seguir o padrão. Mas aqueles que não o seguem sabem muito bem como é. Há pouco tempo atrás (questão de alguns meses), eu era muito magrinha.  Tudo porque, antes disso, eu era cheiinha. E os elogios sempre iam para a minha amiga super magrinha que estudava comigo... Então, mudei. Emagreci e foi bom, pois ser acima do peso não é apenas uma questão de estética, mas também de saúde. E eu descobri o quanto é bom ser magra, mas tudo tem um limite. Depois, que emagreci, não parei mais, e acabei adquirindo um problema emocional que me não me deixava comer muito, e cada vez menos com o passar do tempo. Minha saúde piorou muito e fui ficando muito fraca, sem ânimo, sempre para baixo. Mas, em plena situação, eu me sentia bem com uma coisa: eu era magra igual a uma modelo. Eu me sentia uma, e isso me deixava feliz. Portanto, sei muito bem como é quando somos igual ao padrão e quando não somos também.

Mas e se o padrão fosse outro? O objetivo não é ser magra; é se parecer como as mulheres das fotos - vamos admitir! E se elas fossem todas curvilíneas, e todos soubessem que aquele  é o padrão de uma top model, não iríamos querer ser assim? A mente humana é altamente influenciável por esse tipo de imposição. Queremos sempre nos parecer com aqueles que estão no topo, que são admirados. Queremos ser admirados também.

É claro que também não é tão fácil manter um corpo exatamente "curvilíneo". Academia e alimentação equilibrada continuam em alta, até porque, são coisas saudáveis. Nem todas conseguem manter um corpo com cinturinha e, ao mesmo tempo, pernão, coxão, bumbum e seios volumosos. Ah, meu sonho era ser assim... Mas cada uma tem o seu estilo de corpo. E cada homem, a sua preferência. Embora eu saiba que homens não são exatamente fãs de busto P, isso torna a mulher mais delicada, com aparência de menina, e muitos deles também gostam desta impressão inocente e jovial que passam as mulheres com este perfil. É difícil, mas temos que aprender a aceitar que a pessoa certa vai amar tanto o nosso corpo quanto a nossa alma - e que se você descobrir que não, é porque não era a pessoa certa. Simples de entender, mas complicado de aceitar. É tudo uma questão de autoestima. E o corpo é um grande fator que define a autoestima do ser humano.

Por isso que eu apoio essa iniciativa da Vogue. Adquiri alguns quilos e agora sinto que estou em meu peso ideal - mas é claro que não vou me descuidar e estragar minha saúde engordando mais do que eu devo. A intenção é apenas não fazer mais com que meninas e mulheres façam sacrifícios horrorosos para manter um corpo absurdamente magro e enfraquecido, sabendo que muitas delas acabam vindo a falecer em decorrência disto. O tempo, como diria a Vogue, é de "celebrar as curvas", comer de tudo um pouco, com um pouco mais de liberdade, e ainda sim, sentir-se uma modelo deslumbrante todos os dias, só que um pouco mais feliz...

By Vanie Eskelsen

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